Anatomia da Letra

Imagem nº 1.

Imagem nº 2. 

Com base nestas duas imagens, vamos passar agora a uma breve análise dos elementos da própria letra. Denote-se, no entanto, que nem todos os elementos abaixo enumerados se encontram presentes nestas imagens:

Segundo a abordagem de Kane (2011), os elementos mais importantes da anatomia da letra são:

• Ápice ou vértice:  elemento que proporciona a união entre duas hastes diagonais, constituindo a extremidade superior da letra. Exemplo: ápice acima e vértice abaixo.
• Haste –  traço vertical ou diagonal de uma letra. Exemplo: d, p, A, H, N ou Z.
• Barra –  barra horizontal que atravessa a letra, estabelecendo, assim, a ligação entre as duas hastes. Exemplo: A, H.
• Barriga –  traço arqueado da letra. Exemplo: B, D, P, R ou a parte superior do g.
• Orelha –  pequeno apêndice presente em determinadas letras. Exemplo: g.
• Gancho – constitui a parte inferior de letras com o g, j ou y. Pode, ocasionalmente, ser denominada por volta, cauda ou perna.
• Cauda –  traço curvo ou diagonal presente na extremidade de certas letras.
• Braço –  traços curtos que saem da haste da letra, podendo ser horizontais (E, F, T) ou inclinados para cima (K, Y).
• Bojo –  “formas geralmente redondas ou elípticas que determinam a estrutura básica de letras como as versais C, G e as caixas baixas b, c, e, o, p, d” (Bringhurst, 2005: 354).
• Serifa –  pé em ângulo reto ou oblíquo na extremidade do traço.
• Ascendente – a parte da haste de uma letra em caixa baixa que se projeto acima da linha média.
• Descendente – a parte da haste de uma letra em caixa baixa que se projeta abaixo da linha de base.
• Eixo – transmite a orientação da forma da letra, indicada pela espessura mais fina do traço em formas arredondadas.
• Espora – forma que articula a junção de um traço curvo e um retilíneo.
• Espinha –  haste curva presente na letra S minúscula.
• Junção – elemento de transição entre a serifa e a haste.
• Ligação – traço que conecta o bojo e o arco de um G em caixa baixa.
• Ligatura – caracter formado pela combinação de duas ou mais letras.
• Olho, miolo ou oco – constitui o espaço vazio presente dentro de uma letra, podendo ser total ou parcialmente fechado.
• Ombro – traço curvo que não faz parte de um bojo.
• Pernas – traços curtos provenientes da haste de uma letra na parte inferior do traço. Exemplo: L minúsculo ou as pernas inclinadas para baixo como em K e R maiúsculos.
• Terminal – terminação de um traço sem serifa.

Para além disso, e tal como é percetível na imagem nº2, há uma série de linhas que modelam também a tipografia. As linhas estruturais são, então:

• Linha de base: considerada a linha mais importante visto que é sobre a mesma que se apoiam todas as letras. Deste modo, trata-se do “eixo mais estável ao longo de uma linha de texto, e é crucial para alinhar textos a imagens e a outros textos” (Lupton, 2006:35).
• Linha das capitulares: situa-se abaixo da linha das ascendentes e é definida pela distância entre a linha de base e o topo das letras maiúsculas como E e T, por exemplo.
• Linha das ascendentes: são extensões além das linhadas capitulares. São exemplos de letras que atingem a linha das ascendentes o L minúsculo e o D minúsculo.
• Linha das descendentes: “linha que consiste na distância entre a linha de base e o sopé da letra P minúscula, por exemplo” (Kotovicz, 2013: 27)
• Altura de x (também designada por olho médio), consiste na distância entre a linha de base e o topo de letras minúsculas como X, V e Z.