domingo, 21 de maio de 2017

Dados a inserir na infografia

Para que fique claro e percetível para futura visualização, deixamos aqui os dados que constarão na nossa infografia.

A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, in http://g1.globo.com/bemestar/noticia/depressao-cresce-no-mundo-segundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtml

Um terço da população portuguesa sofre de ansiedade ou depressão, in https://www.publico.pt/2016/11/25/sociedade/noticia/saude-mental-piorou-com-a-crise-um-em-cada-tres-portugueses-tem-problemas-1752456

Em 2008, a prevalência de doenças mentais na população portuguesa era de 19,8% e, em 2015, este valor disparou para 31,2%, in https://www.publico.pt/2016/11/25/sociedade/noticia/saude-mental-piorou-com-a-crise-um-em-cada-tres-portugueses-tem-problemas-1752456

Cerca de 40% das pessoas com problemas de saúde mental não têm dinheiro suficiente para pagar as despesas, in https://www.publico.pt/2016/11/25/sociedade/noticia/saude-mental-piorou-com-a-crise-um-em-cada-tres-portugueses-tem-problemas-1752456

os idosos tendem sempre a ser mais afetados pelas doenças mentais, in https://www.publico.pt/2016/11/25/sociedade/noticia/saude-mental-piorou-com-a-crise-um-em-cada-tres-portugueses-tem-problemas-1752456

A prevalência das doenças mentais e o consumo de fármacos continua a ser muito maior entre as mulheres, mas desta vez encontrou-se um “aumento particularmente elevado no consumo por parte dos homens”, in https://www.publico.pt/2016/11/25/sociedade/noticia/saude-mental-piorou-com-a-crise-um-em-cada-tres-portugueses-tem-problemas-1752456

Em 2014, os portugueses consumiram 91.496.345 doses diárias de alprazolam  in https://www.publico.pt/2016/03/24/sociedade/noticia/portugal-tem-uma-taxa-baixa-de-suicidios-se-calhar-ja-nao-1727072

Portugal é o país da Europa com maior taxa de depressão

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INSPIRAÇÃO INFOGRÁFICA
















quinta-feira, 11 de maio de 2017

Campos de atuação da infografia

O jornalismo impresso, devido à grande quantidade de jornais, às elevadas tiragens e à sua aceitação e acessibilidade por parte da população em geral foi e é, sem duvida, o grande campo de atuação deste tipo de trabalhos. Chegando a um número elevado de pessoas, a infografia ganhou grande visibilidade e notoriedade.

Ainda assim, com o evoluir dos tempos, o campo de atuação da infografia expandiu-se para praticamente todos os campos do saber. Neste sentido, passou a ser, hoje, “um recurso importante na comunicação (Publicidade, Marketing e Relações Públicas), mas também (…) na ciência, na educação, na economia, no desporto e em muitas outras áreas” (Mesquita, 2014: 111).

Para além disso, importa ainda referir que nem todas as infografias são impressas. A infografia interativa, por exemplo, “caracterizada pelo relacionamento, interatividade e não linearidade, está cada vez mais disponível nos meios online” (Mesquita, 2014: 111). 

Tipos de Infografia

Infografia comparativa

Infografias cujos dados são devidamente apresentados e comparados entre si de modo a que, através destes pontos de comparação, seja possível transmitir o máximo de informação para o destinatário da infografia.
Exemplos de boas infografias comparativas são aquelas que são realizadas aquando das eleições presidenciais.

Infografia documental

Segundo Mesquita (2014), “as infografias documentais descrevem visualmente um determinado acontecimento” ou um conjunto de vários, combinando, muito frequentemente, dados históricos ou pesquisas elaboradas.

Infografia cénica

Infografias que se reportam a um local e uma ação em específico. Estas representam um olhar distanciado por parte de um hipotético observador que observa e descreve minuciosamente aquilo que vê, menosprezando o texto massudo e focando-se mais nas unidades da infografia.

As unidades e os códigos da infografia

As unidades da infografia


Os códigos visuais da infografia

Os elementos textuais e icónicos anteriormente apresentados são a chave para a construção dos códigos visuais da infografia. Seguindo a tipologia estabelecida por Peltzer (1992: 121-150), destacaremos, então, sete grupos principais. É o conjunto e a combinação destes elementos num mesmo panorama que gerará a infografia.

  • Gráficos

Tratam-se de “representações visuais com uma correspondência entre uma ou mais variáveis” (Mesquita, 2014: 104). Podem apresentar-se sobre a forma de diagramas, organigramas ou então os tradicionais gráficos circular, ortogonal e verbogramas.

  • Infográficos ou Infogramas

São as “unidades visuais elementares que se encontram em infografias mais complexas” (Mesquita, 2014: 105). Apesar de se lhes ser dotada alguma complexidade, a sua informação própria não é consistente e contextualizada o suficiente para surgir de forma autónoma.
Valero Sancho (in Ribeiro, 2008: 57) afirma que "os infogramas distinguem-se da infografia na medida em que não costumam ter títulos nem textos destacados que não sejam os que são próprios da explicação ou dos rótulos; por isso, não têm carácter autónomo, não se entendem isoladamente e encontram-se, sobretudo nas infografias complexas (…) Os infogramas (…) são apoios significativos (…) dão informações elementares de forma gráfica, localizada na zona da infografia".

  • Mapas
Tratam-se de representações geográficas do mapa mundo ou de uma localização em específico. 

  • Símbolos
Segundo a definição de Mesquita (2014), baseando-se em estudos de Peltzer (1992) símbolos, ícones e emblemas são “representações de objetos, coisas, pessoas, animais, (…) por meio de silhuetas, desenhos ou figuras, que representam erga omnes o que significam” (Mesquita, 2014: 106), fazendo uso de uma linguagem comumente reconhecida e capaz de ser compreendida pelo público leitor.

  • Ilustrações

Peltzer (1992) subdivide este código visual infográfico em quatro categorias distintas:
  1. Retrato: “representação gráfica da pessoa ou coisa determinada” (Mesquita, 2014: 106)
  2. Humor gráfico: “caso em que se dá com maior pureza a linguagem visual”
  3. Humor gráfico editorial/ cartoon
  4. Caricatura: uma espécie de opinião, na medida em que traduz um parecer e uma identificação com o representado por parte do artista

  • Comics

Conhecida por nós como banda desenhada.

  • Iconografia Animada 

“Infografia Estetizante frente a Infografia Analítica” (Alberto Cairo, 2008)

Alberto Cairo, baseando-se em estudos de Horn (2000), destaca o confronto constante que existe entre desenhadores gráficos e comunicadores. Na perspetiva dos autores, enquanto os desenhadores gráficos aprendem a valorizar o sentido estético, a novidade, o impacto e a expressão, os profissionais de comunicação aprendem a valorizar a necessidade do ser claro, preciso, legível, compreensível e simples. Neste sentido, um desfasamento surge no processo de tomada de decisão quanto à função prática da imagem. Se os primeiros valorizam o estético, os segundos valorizam o conteúdo e a necessidade de este ser claro. É um confronto entre o interativo e o informativo.
Posto isto, emerge referir:
  • A infografia estetizante é aquela que valoriza os aspetos da apresentação e o peso visual daquilo que é gráfico. Neste tipo de infografia, apesar de o carácter informativo ser importante, acontece frequentemente que os elementos estéticos obstaculizem a compreensão da estória.
  • A infografia analítica já evidencia um maior rigor de informação. Com a admissão de cada vez mais profissionais especializados nas redações surgiu este novo tipo de infografia que “incrementa la capacidade cognitiva de los lectores por medio de la revelación de evidencia, de mostrar aquello que permanece oculto, ya sea tras un conjunto caótico de datos, un una lista de número, o en un objeto cuya estrutura interna es excessivamente compleja” (Cairo, 2008: 29). Neste tipo de trabalhos, a dimensão estética fica para segundo plano e é uma consequência da qualidade e claridade da informação.
Apesar desta divisão, Alberto Cairo afirma que estes são dois conceitos teóricos e que é arriscado aplicá-los de forma direta a trabalhos concretos ou a meios de comunicação específicos.

A Infografia não é ilustração e não é visualização de informação


  • A infografia não é ilustração

Como foi anteriormente definido, a infografia é um representação clara e objetiva de dados reais, cuja eficácia depende da sua simplicidade e carácter informativo. Posto isto, e num campo totalmente oposto, está a ilustração.
A ilustração procura substituir a objetividade pela subjetividade, dando uma margem maior ao artista de colocar o seu cunho e de a alterar com base na sua sensibilidade e interpretação do tema em causa.
Assim, a diferença destaca-se: mais do que decorar ou servir de complemento a um texto, tal como acontece na ilustração, a infografia tem como objetivo substituir esse mesmo texto, fornecendo ao seu observador uma informação tão detalhada como aquela que ele obteria com se o texto e a informação escrita lá estivesse.


  • A infografia não é visualização de informação

Um tipo de erro comummente verificado é a utilização dos termos “visualização de informação” e “infografia” referindo-se ao mesmo conceito. Alguns autores como Alberto Cairo, por exemplo, assumem mesmo esta teoria.
No entanto, há que destacar a principal diferença. Enquanto visualização da informação se trata do processo de “presentación diagramática de datos, de su transformación visual en información, para facilitar su comprensión, y bebe de las artes y técnicas de la comunicação gráfica”, a infografia trata-se do aglutinar de vários elementos de visualização de informação.
Em termos práticos, enquanto visualização de informação é apenas uma unidade (um gráfico, um mapa, uma ilustração, etc.), uma infografia é o conjunto de várias unidades diferentes combinando, por exemplo, um gráfico, um mapa, e uma ilustração no mesmo panorama, no mesmo documento.

A Infografia - Definições, história e característica

“Infografia” deriva da palavra anglo-saxónica “infographics” que, por sua vez, derivou da expressão “graphic information”. Esta tornou-se viral desde a informatização das redações jornalísticas dos finais dos anos 80 e inícios dos anos 90 do século passado, na sequência da necessidade de tornar os jornais mais apelativos. Apesar da sua generalização aquando da difusão do computador, “as suas origens remontam a tempos muito recuados, podendo até indicar-se a pré-história como sendo a época do seu nascimento”. (Mesquita, 2014: 99) Nesta época, “we have been using icons, graphics, and pictures throughout history to tell stories, share information, and build knowledge” (Mark Smiciklas, 2014: 6).
Apesar da dificuldade em encontrar uma definição suficientemente forte, ampla e rigorosa que elucide de forma explícita o que é realmente uma infografia, é possível afirmar-se que, para além de se tratar de uma “representación diagramática de datos” (Cairo, 2008: 21), a infografia se refere a todo o processo de “combinação de desenhos com textos que se expressa numa linguagem visual” (Mesquita, 2014: 102) organizada. Valero Sancho define a infografia de uma forma mais extensa, dizendo que se trata de uma
“aportación informativa, elaborada en el periódico escrito, realizada com elementos icónicos y tipográficos, que permite o facilita la comprensión de los acontecimentos, acciones o cosas da actualidad o algunos de sus aspectos más significativos y acompanha o sustituye al texto informativo”
Denotando o detalhe desta afirmação, mas reconhecendo-lhe algumas falhas, Alberto Cairo revela que, para que se possa definir uma infografia como tal não é necessário que esta se encontre publicada num jornal ou que contenha elementos tipográficos.
Já Mark Smiciklas afirma que a infografia “is a type of picture that blends data with design, helping individuals and organizations concisely communicate messages to their audience” (Smiciklas, 2014: 3).
Posto isto, torna-se emergente destacar que uma composição infográfica se resume, em primeiro plano, à existência de um diagrama, uma “representación abstracta de una realidad” onde a imagem se sobrepõe ao carácter massudo do texto.
Sendo o carácter tipográfico reduzido ou até mesmo inexistente, importa encontrar estratégias de modo a que o destinatário compreenda a informação de forma clara e dinâmica. Para isso, a infografia não deve ser executada “de uma forma muito elaborada aos nossos olhos, mas num registo adequado aos objetivos” (Mesquita, 2014: 99) do texto, da mensagem, de quem a produz e a quem ela se destina.
Em suma, é fulcral que, no momento de construção, se tenha consciência de que, mais do que um sentido estético, “a infografia tem um carácter profundo de utilidade e contém características visuais” (Mesquita, 2014: 102) que se debruçam sobre a realidade e sobre “dados frios” (Cairo, 2008) o que obriga uma representação clara, descomplexada e percetível.

Francisco Mesquita (2014) no seu livro “Comunicação Visual, Design e Publicidade” elencou as seguintes características infográficas:


Terceira Proposta

A segunda proposta está terminada e avizinha-se a data de entrega do terceiro (e último) projeto.
Para terminar em grande, vamos partir para a realização de uma infografia, detalhada, minuciosa e que alie o sentido estético ao rigor da informação. Nesse sentido, focar-nos-emos em representar os dados com a máxima de clareza de modo a que todos os possíveis visualizadores compreendam o que está a ser descrito e que, com isso, se tornem mais informados sobre o tema.
E por falar em tema, é isso o que nos resta referir! Desta vez, vamos analisar documentos que forneçam dados sobre doenças associadas à saúde mental (depressão, ansiedade, etc.) e as consequências das mesmas (tomada de antidepressivos, suicídio, etc.).
Em suma, importa pegar em dados reais, analisá-los e representá-los da forma mais eficaz possível.
Como sempre, a primeira fase do nosso trabalho consistirá num processo de análise bibliográfica de modo a que seja possível perceber os conceitos, passando depois, numa segunda fase, para um processo de recolha de imagens de inspiração. Numa terceira fase, passaremos ao processo de recolha, seleção e análise de dados. Em quarto lugar, passar-se-á à execução do projeto recorrendo a programas como o Adobe Illustrator e, por último, desenvolver-se-á uma memória descritiva onde estará explícito todo o processo de realização da proposta.
Esperamos ser eficazes e acabar em grande a nossa viagem pelo mundo do Design e da Comunicação Visual.

“Também a informação gráfica pode ser tratada como uma arte informativa com ligações entre o plástico e o literário”

Gonzalo Peltzer