terça-feira, 14 de março de 2017

Leis de Gestalt



            A perceção visual de Gestalt (“forma global”) surgiu na Alemanha no decorrer da década de 20 do século passado. Este conceito está, segundo Mesquita (2014), “relacionado com a criação de formas mentais na perceção de determinada composição visual, de acordo com certos princípios” (Mesquita, 2014: 35).

            Como foi referido até então, são diversos os elementos básicos da comunicação visual e múltiplas as técnicas de os conjugar. Perante esta complexidade, “a nossa mente tende a agrupar elementos com características comuns, formando unidade visuais” (Mesquita, 2014: 35), sempre na busca de simplificação e compreensão da mensagem a ser compreendida.

            Perante isto, as Leis de Gestalt – ou Princípios de Gestalt -  são formas naturalmente, biologicamente e neurologicamente encontradas pelo cérebro humano para resolver o problema da complexidade criada através das formas visuais que, passado quase um século após a criação destas leis, elas continuam atuais, mantendo-se ainda “com um valor inestimável para as artes visuais e particularmente para o design gráfico” (Mesquita, 2014:36).
            Perante isto, cabe-nos agora discriminar estas leis. Apesar de não haver um consenso extremamente claro e indiscutível entre elementos, referenciaremos aquelas que há maior consenso e que são mais referenciadas. Há ainda que destacar que em cada uma destas leis e nos exemplos a elas associadas verificam-se outras leis em simultâneo uma vez que há uma forte relação entre todas elas. Assim sendo, analisaremos: a Unidade, o Fechamento, a Continuidade, a Proximidade, a Similaridade/ Semelhança, a Pregnância/Simplicidade, e, por fim, a Figura-Fundo.

  • Unidade
A Lei da Unidade diz respeito à conceituação de um elemento que pode ser construído por uma única parte, ou, por sua vez, por várias partes que, em conjunto, constroem um todo.



  • Fechamento
            Segundo esta lei, a organização dos elementos de comunicação visual organizam-se de tal forma que, quando ose olha para a composição, há tendência para completar linhas ou formas. Isto significa que, segundo esta lei, “o nosso cérebro tem a tendência de preencher certas falhas existentes, levando-nos a formar (fechar) determinados contornos” (Mesquita, 2014: 36).


  • Continuidade
              Apresenta-se como complementar à lei do fechamento. Retrata a fluidez da composição e verifica-se quando há uma continuação de elementos, gerando uma ordem harmónica desde o inicio até ao fim. A aplicação desta lei é verificada em frases, palavras, paletas cromáticas da mesma cor, etc.


  • Proximidade
            Segundo Mesquita, nesta lei “os objetos mais próximos entre si são percebidos como grupos independentes dos mais distantes, formando unidades visuais” (Marinho, 2014: 37). Isto significa que o nosso cérebro tende a agrupar determinados elementos, assimilando-os como se fossem um todo separável de outro todo, apenas porque estão mais próximos de uns elementos visuais do que de outros.


  • Similaridade/Semelhança
            Segundo esta lei, “os objetos gráficos tendem a agrupar-se quando têm características semelhantes” (Marinho, 2014: 36), semelhança essa que constituirá a marca visual. Neste sentido, a parecença entre os diversos elementos, seja a nível da cor, da forma, da textura, etc., gerará a tendência para construir unidades e estabelecer assim, visualmente, um conjunto de partes semelhantes.

  • Pregnância/Simplicidade
            Tal como o nome indica, esta lei pressupõe que quanto mais simples for uma composição visual, mais fácil será de descodificar o seu conteúdo e, inerentemente, a sua mensagem. Perante isto, a harmonia e o equilíbrio visuais são os seus pressupostos base fundamentais e, por o serem, é possível afirmar que esta é uma das leis mais relevantes e que mais deve ser tida em conta.


  • Figura-Fundo
            Também conhecida como a lei do “negativo-positivo”, esta lei procura destacar um determinado elemento (ou composição) do seu fundo. Esta relação é extremamente importante na medida em que vai permitir destacar, ou, por sua vez, amenizar determinada figura. Assim sendo, deve ser minuciosamente ponderada, de modo a que não se obtenha um resultado distinto do pretendido.


            





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